Quando o rádio surgiu, surgiram também questionamentos em torno da longevidade dos jornais impressos. Quando a TV surgiu, surgiram também questionamentos em torno da longevidade do rádio. Quando a internet surgiu, surgiram também questionamentos em torno da longevidade de todos os anteriores.
Cada nova plataforma de mídia dá origem a inúmeros questionamentos em relação às suas antecessoras. Mas se a gente parar e pensar, o que temos é a ampliação e a adaptação do uso de cada uma delas.
Os podcasts, os dispositivos de voz e as mais recentes mídias sociais de áudio estão aí para ampliar as possibilidades do rádio. Os serviços de streaming e as mídias sociais de vídeo estão aí para ampliar as possibilidades da TV. A internet está aí para facilitar todas as possibilidades. Um universo inteirinho dentro da rede mundial de computadores.
A escrita, esse antigo meio de comunicação, segue mais indispensável do que nunca. É difícil encontrar um formato de conteúdo sem uma legenda que o contextualize, não é?! Ainda há quem goste de ler textos mais longos e bem elaborados, assim como há quem goste de escrevê-los. Faço parte desse grupo.
Se voltarmos a 2010, voltamos também ao período de ascensão dos blogs. E eu tinha um monte deles inscritos no falecido Google Reader. Aliás, foi bem nesse ano que também criei o meu primeiro blog, o Dona Drama, com a intenção de falar sobre assuntos que faziam parte da minha vida cotidiana. A escrita era – e continua sendo – a minha forma de comunicação favorita. É um privilégio ter tantas opções de escolha.
Mas naquela época, faltava a clareza sobre dois pontos importantes. O primeiro é o entendimento de que escrever é filtrar palavras e as palavras que ganham a rede não vão agradar todo mundo. Quando criei o blog, eu vivia imbuída de um perfeccionismo paralisante e que certamente impediu que muitos textos fossem publicados.
O segundo ponto é a compreensão de que cada pessoa é sim um mundo e de que todas as histórias merecem ser contadas e ouvidas. Da mesma forma como dedico parte do meu tempo a ler o que outras pessoas têm a dizer, eu sei que o que tenho a dizer pode também ser útil a alguém. Aqui, já não era o perfeccionismo paralisante que me travava, era a síndrome da impostora mesmo.
Ciente disso, eu quero tentar de novo, destacando também que ter um blog ou um site na internet é construir a nossa casa em um terreno próprio, sobre bases mais sólidas e mais duráveis que as 24 horas em que o nosso conteúdo é distribuído em algumas redes sociais. É estipular o próprio limite de caracteres e valorizar o tempo de criação que, convenhamos, não é pouco. É oferecer uma opção a mais de escolha a quem até escolheu receber o nosso conteúdo mas não o recebe porque assim escolheram os algoritmos.
Pra cá, pretendo trazer informações e reflexões em torno de como nós, seres humanos, estamos nos comportando diante deste cenário caótico que vivemos, já que observar pessoas é parte fundamental do meu trabalho. Também pretendo trazer dicas, referências, entrevistas e o que mais estiver dentro da pesquisa de tendências, da comunicação e marketing e da minha jornada empreendedora. Assim, se você é do time dos que gostam de um textão, eis o meu convite: faz um cafezinho – ou um chá – escolhe o seu cantinho favorito e vem, vamos pensar juntes!