Afeto x impacto: as duas faces do marketing

“Obrigada Ana pelo curso que adorei. Aliás, foi uma verdadeira desmistificação sobre o que vem à volta do Marketing. A sua abordagem é muito simplificada e acessível. Ajudou-me a perceber alguns mecanismos que espero pôr em prática brevemente. Tinha, antes deste curso, alguns receios sobre como viajar no mundo digital, e percebi que com as boas ferramentas e conselhos, é uma maneira de apresentar o meu trabalho. Afinal, qualquer tipo de criação merece ser mostrada ao mundo, então vale aproveitar estas novas possibilidades.”

Recebi este feedback de uma artista visual depois da 2ª edição do curso “marketing digital para pequenos negócios: novos passos”, que ministrei em maio de 2020. Naquele momento, ainda não era possível definir o tempo de duração da pandemia, mas já era possível entender que muitos dos processos acelerados por ela seriam irreversíveis.

Era uma turma de 20 pessoas, a maioria de áreas criativas e entrando em contato com o marketing digital pela primeira vez. Tal como fica claro no depoimento, a palavra “marketing” não é muito bem vista entre os criativos. Creio que é porque traz consigo os estigmas do “vender a todo custo” e do “engambelar o cliente”, despertando o desejo de consumo de coisas absolutamente desnecessárias. Falo com clareza porque, jornalista de formação, eu também já estive desse lado. 

Acontece que o mundo mudou. E as nossas carreiras, tão segmentadas por disciplinas que não priorizavam um olhar integrado sobre diferentes negócios, cenários e contextos, sofreram consequências. O crescimento do empreendedorismo, impulsionado também por um sistema econômico que nem sempre deixa outra saída, agora tem feito com que muitos profissionais precisem, pelo menos, de um entendimento mínimo em torno de cada uma das áreas que compõem uma empresa. Entre elas, o marketing.

Eu sei, é difícil de aceitar. Ao ouvir a palavra marketing você provavelmente se lembra dos gurus oportunistas, do desconto que é só hoje e amanhã não vai ter mais ou de qualquer outra estratégia em que as promessas são maiores do que o que é entregue, de fato. Chamo isso  de “marketing do impacto”, aquele abalo bruto e imediatista cujo objetivo é não dar muita brecha para o raciocínio e a escolha consciente, trabalhando com a escassez e com a urgência.

Mas olha, uma coisa eu digo, negar a palavra não é a solução. Até porque, se você se preocupa com a qualidade e utilidade dos produtos ou serviços que oferece, se tenta entender para quem eles são, se investe tempo pensando em uma identidade visual assertiva e em uma comunicação bacana, se se preocupa com as mensagens que transmite e, principalmente, se faz isso com o objetivo final de vender, eu sinto muito te dizer, mas você está fazendo marketing. E não há nada de errado nisso.

Eu amo/sou/faço marketing sim. Mas o marketing em que eu acredito não é o do impacto, mas o do afeto, que cria o sentimento terno de afeição por algo. Que é consistente porque têm essência e perenidade. Pense nas marcas de que você gosta e tente entender: por que você gosta delas? Certeza de que a resposta será muito mais emocional do que funcional. Estou certa? 

Se a gente pensar no marketing como uma forma de ampliar as possibilidades de servir às pessoas com quem nos importamos, garanto que a chavinha vira e o trabalho começa a ficar mais gostosinho. Não há mal algum em querer ver o nosso trabalho alcançar mais e mais pessoas e ter uma boa recompensa por isso. As ferramentas estão acessíveis e, tal como diz a citação acima, “qualquer tipo de criação merece ser mostrada ao mundo, então vale aproveitar estas novas possibilidades.”

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